O senador e governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) jogou um balde de água fria no grupo político do deputado estadual e vice-governador eleito Lincoln Tejota, presidente estadual do PROS, no anúncio de parte de sua equipe de auxiliares nesta terça-feira. Perguntado se o vice-governador integraria o primeiro escalão, Caiado desconversou e, sem cerimônia alguma, mudou completamente de assunto.
Os anúncios de ontem se restringiram quase que totalmente a nomes da cota pessoal do governador eleito, e ele ainda não completou as escolhas particulares para a equipe. Nada para Lincoln ou para os demais partidos aliados, entre eles aqueles que são considerados fiadores da vitória, como o próprio PROS e o PDT da deputada federal reeleita Flávia Morais.
Lincoln fez um movimento arriscado para sua imagem pública, que ele tenta lustrar com o verniz da nova política. É de se esperar que tenha espaço relevante na nova administração, até porque é o candidato natural do próprio Caiado. Chefes de Executivo que escantearam seus vices pagaram caro política e administrativamente.
Além disso, em governos avançados, os vices deixaram há muito tempo de ser aqueles figurantes do poder à espera de oportunidades para assumir a cadeira do titular ou com a incumbência menor de representar o chefe do Executivo em cerimônias sociais. Assumem funções estratégicas, de relevo para o resultado da gestão, até como uma resposta dos bons governantes para os cidadãos, que não aceitam mais pagar a conta e os privilégios de políticos que não querem trabalhar.