O governo de Ronaldo Caiado (DEM) está mesmo terminando antes de começar. A quatro dias de assumir em definitivo o comando do Palácio das Esmeraldas, o senador e governador eleito já está rompido com o vice-governador Lincoln Tejota (PROS), se isolou na tomada de praticamente todas as decisões da administração e enfrenta enorme insatisfação dos aliados com a formação da equipe.
Caiado preteriu Lincoln e seus aliados na composição do primeiro e segundo escalões do governo. Questionado pelo vice acerca de seu quinhão na gestão, o governador eleito respondeu: “Você já tem o cargo de vice”. Foi o suficiente para afastar Lincoln para longe a atrair a fúria dos Tejota, que têm, entre muitos trunfos, a cadeira de Sebastião Tejota no Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Tejotinha é apenas um dos aliados descontentes, insatisfação que se estende ao universo de partidos da aliança, e por vários motivos. O principal deles é resultado da decisão de Caiado de compor o primeiro escalão do governo quase que inteiramente com auxiliares de sua quota pessoal, a maioria deles não políticos e forasteiros. Outra reclamação forte é quanto ao isolamento do governador eleito na tomada de decisões: ele tem decidido quase tudo ouvindo somente a mulher, Gracinha, e a filha Anna Vitória.