Com o calote dos salários de dezembro anunciado, o senador e governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) trai os servidores públicos estaduais no momento em que mais precisa deles para governar. Justamente na estreia na administração, quando precisará de toda a disposição e boa vontade dos funcionários em todos os níveis da gestão para mostrar-lhe e a seus auxiliares o caminho das pedras, ou seja, o trilheiro até o sucesso.
O que se vê hoje no Estado, a quatro dias da posse Caiado, é um clima de desânimo e abatimento. Caso o governador leve adiante a promessa de calote, os servidores estaduais ficarão 60 dias sem ver a cor de suas remunerações, que trabalharam para receber. O calote é apenas a ponta do iceberg de problemas: com 170 mil servidores, o funcionalismo é a força motriz da economia goiana. São R$ 1,3 bilhão injetados pelo governo, o maior empregador do Estado, todos os meses na economia.
O calote é a sentença de dias difíceis com o funcionalismo e de dificuldades econômicas que podem ter impacto no PIB do primeiro ano de Caiado à frente do governo.