A Polícia Federal realiza na manhã desta sexta-feira (14), em parceria com a Controladoria Geral da União, mandados de busca e apreensão em Parnaíba e Teresina no âmbito da operação Quebra Ossos, iniciada pela PF do Maranhão e o primeiro desdobramento de investigações no âmbito do chamado “orçamento secreto”.
Como resultado da operação, a PF prendeu nesta sexta-feira os primeiros investigados por crimes relacionados ao orçamento secreto, esquema pelo qual, em troca do apoio do Congresso, o presidente Jair Bolsonaro (PL) direciona verbas públicas para atender deputados e senadores que sejam alinhados ao Palácio do Planalto.
Os dois presos são os irmãos Roberto e Renato Rodrigues de Lima, suspeito de atuar em um amplo esquema criminoso que envolve o Sistema Único de Saúde (SUS) em municípios do Maranhão.
Nos registros oficiais do Congresso, Roberto Rodrigues de Lima aparece como solicitante de R$ 69 milhões em emendas do relator-geral do orçamento para municípios do Maranhão. Lima, que não possui mandato, é um dos “usuários externos” que assumem as solicitações de emendas do orçamento secreto.
A utilização de “usuários externos” é o método aplicado por deputados e senadores que querem se esconder, ou seja, são laranjas e o nome do parlamentar permanece em segredo.
Estima-se que apenas o esquema de desvio de verba na cidade de Igarapé Grande (MA) tenha servido para desviar ao menos R$ 7 milhões oriundos do orçamento secreto.