Na cerimônia em que transmitiu o comando do poder Legislativo de Goiânia ao vereador Anselmo Pereira (PSDB), o ex-presidente da Câmara Municipal Clécio Alves (PMDB) reconheceu que enfrentou enormes dificuldades em seus dois anos de mandato. “Não fui o presidente que gostaria de ter sido”, afirmou.
Clécio foi um dos piores – se não o pior – presidente que a Casa já elegeu. Notabilizou-se pelo estilo agressivo e pouco dado ao diálogo. Ao lado da ex-líder da bancada do prefeito Paulo Garcia (PT), Célia Valadão (PMDB), atropelou o quanto pôde as discussões e impôs tantas manobras regimentais quanto foi possível.
Os dois anos em que Clécio foi presidente representaram um período negro para o Legislativo da Capital. Sob seu comando, o rolo compressor a serviço de Paulo Garcia (PT) aprovou um caminhão de medidas impopulares, que violentaram a população: afrouxamento do Plano Diretor, rejeição ao aditivo salarial para professores e venda de áreas públicas, para ficar em poucos exemplos.
Houve momentos marcantes, como o dia em que os professores invadiram o plenário e o acuaram na Mesa Diretora, forçando-o a sair do plenário aos berros. Sem falar da licitação milionária para extermínio de ratos, pombos e baratas na Casa, que ficou conhecida como a dedetização mais cara da história de Goiânia.
Foi por estes desmandos e manobras que Clécio perdeu a eleição para deputado estadual nesse ano, apesar de contar com uma poderosa estrutura de poder e cargos comissionados na sua retaguarda. Ele foi o primeiro presidente da Câmara em muito tempo a não se eleger para Assembleia Legislativa. Dos três antecessores, dois foram eleitos (Cláudio Meirelles e Francisco Júnior) e um (Iram Saraiva) simplesmente não disputou o cargo.