Depois da surpresa inicial provocada inclusão dos deputados federais Sandes Júnior e Roberto Balestra na lista do procurador Rodrigo Janot, como envolvidos nos desvios de recursos da Petrobras, surge uma constatação: embora os dois já tenham se declarado inocentes, as perspectivas são extremamente negativas para que, no final, consigam sair 100% limpos do escândalo, devido a legenda que integram.
Ocorre que o PP é o principal partido político envolvido na roubalheira na Petrobrás, mais até que o PT, em alguns aspectos. O partido recebia milhões, todos os meses, e redistribuía parte para os seus medalhões – Sandes e Balestra entre eles, segundo os indícios colhidos pela Procuradoria Geral da República e encaminhados no pedido de investigação ao Supremo Tribunal Federal.
Sandes já admitiu que recebeu doações de empreiteiras enroladas no petrolão, como a OAS e a UTC. Frisou, contudo, que foram repasses legais e declarados na sua prestação de contas. Balestra, por sua vez, ainda não entrou em detalhes, mas é possível conferir a sua prestação de contas no TSE e constatar que recebeu doações diretas do PP, em valores elevados – o partido, por sua vez, estava aquinhoado pelas empreiteiras denunciadas na Operação Lava Jato.
Já ficou claro que alinha de defesa de Sandes e Balestra baseia-se na alegação de que ambos jamais tiveram contato com quem quer que seja da Petrobrás e nunca participaram de nenhuma tratativa ou manobra para desviar dinheiro da estatal. Sobre isso, não há dúvidas. Os deputados goianos sempre foram peixes miúdos dentro de um PP repleto de tubarões e águias e, no máximo, receberam sobras dos recursos levantados pelo partido, aparentemente pela via legal. Se houve alguma transferência de dinheiro além disso…
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