Em um mundo ideal, onde todas as autoridades tivessem a noção exata da responsabilidade com que deveriam cumprir as suas obrigações, não existiriam promotores de Justiça fazendo da sua instituição, o Ministério Público, um picadeiro de circo.
Promotores – e de resto seus colegas procuradores, também – deveriam se ater a cumprir o seu papel de defensores da sociedade e de vigilantes do patrimônio público, sem necessidade de buscar os holofotes das redes sociais para dar palpites, muitas vezes inconsequentes, sobre tudo e sobre tudo.
Mas o fato é que não se pode culpar o Ministério Público pelo exibicionismo de um ou outro dos seus membros. Assim como não se pode desqualificar o contingente de 2.400 policiais do serviço de voluntários da PM pelo comportamento de um integrante, que também foi para as redes sociais se exibir com uma brincadeira de mau gosto.
A diferença: o ex-policial que falou em abrir a tiros a cabeça de um promotor para ver o que haveria dentro (a “proposição”, em si, já demonstra a falta de intenção) pediu imediatamente desculpas e se retratou, logo que o seu deslize ganhou repercussão. A partir daí, o que se viu foi uma tentativa de forçar a barra e criar a fantasia de uma”ameaça” que não passou de bravata infantil.
Parabéns a ele, que reconheceu o erro.
Falta agora que um ou outro aproveite o episódio para adquirir a sobriedade e o equilíbrio indispensáveis para a função de fiscal da sociedade.