Os resultados do Enem em Goiás comprovam que o modelo de gestão por Organizações Sociais pode ser a salvação para a escola pública no Estado.
O problema é que o projeto, assumido pelo governador Marconi Perillo, está caminhando de um jeito um tanto quanto estranho. Inventou-se a necessidade de um “teste” e para isso foi escolhida uma região insalubre, ou seja, as 26 escolas estaduais da subsecretaria de Águas Lindas, na periferia do Entorno de Brasília – onde a experiência tem tudo para dar errado.
Segundo os resultados do Enem, existe em Goiás um abismo de qualidade entre as escolas privadas e as escolas públicas. Mais ainda: dentre as escolas públicas, as poucas que se destacaram no exame foram os colégios militares, o que comprova – tese aliás defendida no editorial desta quinta do jornal O Popular – que é a gestão que pode fazer a diferença.
E o que significa transferir as escolas estaduais para as OSs? Exatamente resolver os problemas de gestão, dando padrões de eficiência para a operação das unidades de ensino e liberando os professores, com boa remuneração, para dar o melhor de si na aplicação dos métodos pedagógicos que continuarão a ser definidos como política de Estado.
Nesse sentido, o secretário extraordinário Antônio Faleiros está coberto de razão: seguidamente, ele tem advertido que a polêmica instalada – e estimulada pela Secretaria da Educação – sobre a adoção do modelo de gestão por OSs “é absolutamente desnecessária e sem fundamento”. O que vai mudar é a parte administrativa. A parte pedagógica continua nas mãos do Estado.