Em entrevista de uma página ao Diário da Manhã, nesta quinta, Iris Rezende desfia de novo todos os seus velhos e conhecidos chavões – desde os mutirões até a manjadíssima estória de que foi escolhido por Deus para trabalhar pelo bem do povo.
Iris se declara “um escravo da minha gente”. Isso porque “nunca ninguém recebeu tanto de Goiás, do seu povo, o que eu recebi”. Seria uma referência ao fato de ter começado na vida pública sem um centavo no bolso e hoje ter se tornando um dos homens mais ricos do Estado, com fortuna avaliada em mais de R$ 500 milhões de reais? Não. O que Iris “recebeu” do povo, segundo ele mesmo, seria a sua “carreira vitoriosa” – que ele enaltece, ignorando as três derrotas diretas em eleições contra o governador Marconi Perillo e mais uma para o Senado, em 2002, quando ficou em terceiro lugar, perdendo para Demóstenes Torres e Lúcia Vânia.
Iris volta também a usar o nome do Ministério Público Estadual para alegar que a instituição fez uma investigação sobre a sua vida e não encontrou “nenhuma irregularidade patrimonial”. O leitor já sabe que não é bem assim, tratando-se apenas do arquivamento de um pedido de investigação que adversários protocolaram no MPE sobre o enriquecimento do velho cacique peemedebista, sem nenhuma apuração, em razão de falhas processuais formais.
No final da entrevista, ele promete que vai “morrer preocupado com Goiás e sobretudo com Goiânia”. Esse “sobretudo”, claro, tem a ver com a proximidade da próxima eleição, no ano que vem, para prefeito da capital. Tem eleição no horizonte? Então Iris é candidato, como faz há mais de 50 anos, sem parar.
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