O jogo vergonhoso da deputada federal Flávia Morais, do PDT, que está se escondendo da imprensa para não tornar público seu apoio à presidente Dilma Rousseff, vai custar caro para a parlamentar.
Flávia Morais é candidata a prefeita de Trindade e, até agora, vinha caminhando cercada de forte expectativa de vitória. Ela está – estava – tão bem nas corrida sucessória trindadense que levou o atual prefeito, Jânio Darrot, do PSDB, a anunciar que está pensando em não disputar a reeleição, para escapar de uma derrota anunciada.
Mas o impeachment veio em uma hora ruim para a deputada. Em algumas listas, ela aparece como indecisa. Em outras, como voto pró-Dilma. Em todas, a informação é que ninguém consegue falar com ela. Em alguns casos, como informa o Placar do Impeachment do Estadão, Flávia Morais atendeu os repórteres, mas disse que não queria revelar sua posição.
Ao se esconder e evitar uma definição, a deputada fica exposta a uma avaliação especialmente negativa. Segundo o articulista do site UOL e da Folha de S.Paulo, Fernando Rodrigues, “ninguém no Congresso Nacional acha que possa existir ainda alguém em dúvida na Câmara ou no Senado. O que há são políticos à espera de alguma proposta mais vantajosa para negociar a favor de um lado ou de outro”.
Em um Estado majoritariamente anti-PT e em uma cidade, Trindade, localizada na região metropolitana de Goiânia, proporcionalmente palco das maiores manifestações contra o governo Dilma, dentre todo o país, a postura de Flávia Morais traz desgastes e prejuízos irrecuperáveis. Ainda mais quando, na bancada de 17 deputados federais goianos, 15 são a favor do bota-fora de Dilma, apenas Rubens Otoni, do PT, é contra, restando a deputada misteriosa. O voto a favor da presidente, vencendo no final o impeachment ou não, acaba com a carreira política de Flávia Morais.