O secretário de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, tem se desdobrado em declarações à imprensa afirmando que a Polícia Militar goiana precisa mudar seus métodos – o que implícita em uma condenação, aliás formulada em nota que ele assinou, à ação da tropa durante o tumulto promovido por um grupo de arruaceiros mascarados no Centro de Goiânia, na sexta-feira passada.
Na ocasião, um estudante – que estava mascarado e portava uma mochila, a exemplo de outros encapuzados, provavelmente contendo pedras, paus e outras armas improvisadas – foi atingido por uma cassetada da PM e acabou hospitalizado, sendo apresentado pela imprensa e pela própria Secretaria de Segurança como “vítima” de uma agressão.
Segundo Ricardo Balestreri, a tropa da PM, quando em ação de campo, deve se portar dentro de princípios éticos e partir para a contenção de eventuais infratores com medidas “dentro da técnica”, o que implicaria no uso de mínima força e de equipamentos apropriados para isso.
Só que, em uma reunião de solidariedade ao oficial da PM que desferiu a cassetada no mascarado Mateus Ferreira, ofi iais da instituição disseram que não há nenhum tipo equipamentos além dos cassetetes – aliás de má qualidade, já que um deles se quebrou ao ser utilizado contra o encapuzado.
Balestreri tem um passado de atuação totalmente contrário às polícias militares, que ele enxerga como um modelo superado e incompatível com os Estados modernos. Ele é crítico feroz das PMs e defensor da sua extinção, conforme se vê em palestras postadas no Youtube, em que ele aparece acusando as corporações de serem instrumento da oligarquia, para a manutenção dos seus privilégios.