Em depoimento à Comissão Especial de Inquérito (CEi) da Câmara Municipal que investiga irregularidades nas contas públicas de Goiânia nos últimos nove anos, o ex-diretor administrativo e financeiro da Agência de Turismo e Lazer (Agetul) Geraldo Magela afirmou que “tinha amor pelo Mutirama”. Magela, chamado no meio político de “manquinho”, foi denunciado pelo Ministério Público por suspeita de ser o operador da organização criminosa que desviou pelo menos R$ 70 milhões do Parque.
Magela afirma que foi por “amor ao Parque” que continuou a ligar para os servidores da bilheteria do Mutirama, mesmo depois de exonerado, para saber como estava a arrecadação. “Eu torcia pelo sucesso do lugar”. Uma gravação telefônica interceptada que revela um diálogo entre Magela e Leandro Rodrigues, um destes bilheteiros, foi apontada pelo Ministério Público como uma das provas do envolvimento do ex-diretor no esquema. No áudio, gravado em fevereiro, o já ex-diretor pergunta sobre o movimento de público no parque e os valores arrecadados. Leandro responde: “A Tânia fechou o dela com 16 e o menino lá fechou com nove, quase dez”.
A explicação que Magela deu à CEI foi a seguinte: “Como eu fiquei todo este tempo trabalhando no Mutirama, eu tinha carinho pelo parque, tinha vontade que as coisas lá dessem certo. Então eu sempre fazia um contato com um ou outro colega para saber do andamento, mas nada que não fosse uma conversa informal. Tanto que na ligação para ele e para outros eu nunca procurei valores”.
O ex-diretor chegou a ser preso preventivamente em maio, quando foi deflagrada a primeira fase da Operação Multigrana, e ficou onze dias em regime fechado. Hoje está em liberdade e é monitorado por uma tornozeleira eletrônica. As informações são do jornal O Popular.