Reportagem publicada pelo site nacional GBrasil afirma que o senador Ronaldo Caiado (DEM) está talhando a filha, advogada Anna Vitória Caiado, para herdar o seu espólio eleitoral nos próximos anos. Anna Vitória participou, na semana passada, de evento para discutir a participação da mulher na política em Bogotá, na Colômbia.
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Caiado prepara filha para sucedê-lo na política
A mais antiga oligarquia política de Goiás prepara-se para sucessão familiar. Anna Vitória Caiado, filha do senador Ronaldo Caiado (DEM), não só se acomodou na cadeira de procuradora-geral do Município em Goiânia, administrada pelo aliado Iris Rezende (PMDB), como também começou a frequentar eventos em que se discute política. São os primeiros passos para herdar o espólio eleitoral do pai.
Na semana passada, por exemplo, Anna Vitória representou o Brasil no Congresso da Unión de Partidos Latino-americanos em Bogotá, na Colômbia. O debate foi sobre participação feminina na política. Em Goiânia, a procuradora tem tido uma atuação com viés muito mais político do que técnico, encarregando-se de encontrar brechas legais para justificar decisões ou vontades do seu chefe Iris.
Foi assim, por exemplo, quando ela coordenou o malabarismo jurídico para justificar a decisão do prefeito de não seguir a lei, aprovada na Câmara, que estabelecia prazos para oferta de serviços na rede municipal de Saúde. O mesmo aconteceu quando a prefeitura foi questionada a respeito do cumprimento da lei que proíbe a nomeação de dirigentes partidários na administração pública (Iris emprega seis).
TRADIÇÃO
Ronaldo e sua filha Anna Vitória representam uma oligarquia que manda em Goiás desde o século XIX. É a mais antiga de Goiás e uma das mais enraizadas do Senado. Mas o que poucos sabem é que ela nasceu como coadjuvante de uma outra oligarquia, que ja desapareceu há muito tempo: os Bulhões.
Antônio José Caiado, um dos ancestrais do Ronaldo que conhecemos, iniciou-se na política como braço direito do ex-ministro Leopoldo de Bulhões. Leopoldo buscou o seu apoio porque, já naquela época, os Caiado eram ricos por terem sido uma das primeiras famílias a ocupar terras no Estado. A aliança com os Bulhões naturalmente os deixou muito mais ricos.
O rompimento entre as duas oligarquias aconteceu já no ocaso político de Leopoldo, que se negava a dividir o poder com Antônio. O neto dele, Totó Caiado, foi o principal partidário do rompimento (segundo informações que constam no livro A Saga de uma Oligarquia: Os Bulhões). A partir daí, o caiadismo ganhou vida própria. Totó, avô de Ronaldo, foi deputado federal e senador.
Veja o histórico de mandatos políticos exercidos pela família Caiado:
ANTÔNIO JOSÉ CAIADO
Presidente de Goiás de 1883 a 1884. de 1892 a 1893 e em 1895, e ainda senador de 1896 a 1899.
TORQUATO RAMOS CAIADO
Filho de Antônio José. Senador estadual de 1905 a 1908.
ANTÔNIO RAMOS CAIADO (TOTÓ)
Neto de Antônio José, filho de Torquato, irmão de Diva, Brasil, Leão e Arnulfo. Deputado estadual, deputado federal, senador, conselheiro municipal da cidade de Goiás. Em março de 1904 e, novamente, em junho de 1908, foi nomeado secretário do Interior, Justiça e Segurança Pública do estado. Liderou a famosa Coluna Caiado, criada para resistir à entrada da Coluna Prestes em Goiás (apesar do mito criado, o combate entre estes dois grupos nunca existiu de fato).
DIVA FAGUNDES CAIADO
Filha de Torquato, irmã de Totó, casou-se com Eugênio Jardim, presidente de Goiás de 1921 a 1923 e senador de 1924 a 1926.
BRASIL RAMOS CAIADO
Neto de Antônio José, irmão de Totó. Presidente de Goiás de 1925 a 1929.
LEÃO DI RAMOS CAIADO
Neto de Antônio José, irmão de Totó. Senador estadual de 1925 a 1928 e novamente de 1929 a 1930
ARNULFO RAMOS CAIADO
Neto de Antônio José, irmão de Totó. Deputado estadual de 1912 a 1924.
EMIVAL CAIADO
Filho de Totó, deputado federal de 1955 a 1971 e senador de 1971 a 1974.
ECIVAL CAIADO
Deputado federal de 1975 a 1979.
RONALDO CAIADO
Sobrinho de Emival e Ecival, filho de Edenval (que apesar de nunca ter disputado eleição, teve atuação política de relevo). Deputado federal de 1991 a 1995, depois a partir de 1999, em sucessivas legislaturas. Senador desde 2014.