A popularidade do presidente Michel Temer piorou mais uma vez e chegou ao seu pior nível em setembro, mostrou pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quinta-feira, apontando a quarta piora consecutiva da avaliação do governo nos levantamentos realizados pelo instituto.
A percepção da população sobre os casos de corrupção noticiados pela mídia e sobre a situação econômica –ainda que os dados estejam apontando uma retomada da atividade– vinham afetando a já baixa popularidade de Temer e de seu governo. Mas para o gerente executivo de Pesquisa e Competitividade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, também pesou, na avaliação de setembro, a política do governo relacionada ao meio ambiente.
“Neste momento, essa popularidade muito baixa tem esses dois componentes fortes, a questão econômica e a questão da corrupção. E nessa mudança de julho para setembro, esse debate todo da Amazônia provavelmente afetou a variação dos números”, disse Fonseca, referindo-se à polêmica envolvendo decreto que extinguia a Reserva Nacional do Cobre e Seus Associados (Renca), revogado nesta semana.
A reprovação ao governo Temer subiu para 77 por cento em setembro, ante 70 por cento que consideravam o governo ruim ou péssimo em julho, enquanto a maneira de governar de Temer é desaprovada por 89 por cento dos entrevistados, ante 83 por cento no levantamento passado, mostrou a pesquisa.
A aprovação ao governo oscilou para 3 por cento, ante 5 por cento em julho, enquanto aqueles que consideram o governo regular somaram 16 por cento, contra 21 por cento, segundo o levantamento.
O percentual dos que não confiam em Temer também subiu, de acordo com a sondagem, para 92 por cento, ante 87 por cento em julho. Os que confiam no presidente somaram 6 por cento, contra 10 por cento na pesquisa anterior.
A sondagem apontou ainda que a atuação do governo na área de impostos continua sendo a pior avaliada, com 90 por cento de desaprovação, seguida da taxa de juros, desaprovada por 87 por cento dos entrevistados, e da saúde, que recebeu 86 por cento de avaliação negativa.
Dentre as notícias mais lembradas estão, de forma genérica, as relacionadas à corrupção no governo, citadas por 23 por cento dos entrevistados. Em segundo lugar, estão as notícias referentes à Lava Jato, lembradas por 11 por cento.
Dentre os entrevistados, 5 por cento citaram notícias relacionadas à liberação de exploração na Amazônia, ao passo que a atuação do governo na área ambiental foi desaprovada por 79 por cento.
“Claramente você tem uma parcela da população que levou isso em conta na avaliação… claramente isso dificulta o governo”, avaliou Fonseca.
A pesquisa ouviu 2 mil pessoas em 126 municípios entre 15 e 20 de setembro, um dia após a Procuradoria-Geral da República apresentar nova denúncia criminal contra Temer. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
A notícia sobre a apresentação da denúncia contra o presidente foi citada por 2 por cento dos entrevistados.