Evitar que o populismo, seja ele de direita ou de esquerda, ganhe as eleições de 2018 e garantir a efetividade das reformas em debate no Congresso Nacional, aliadas a um processo de diminuição do tamanho do Estado. Estes foram os três temas que balizaram o pronunciamento que o governador Marconi Perillo fez na tarde desta terça-feira (19) durante o Seminário Perspectivas Econômicas para o Brasil em 2018, promovido pelo jornal Correio Braziliense, em sua sede na capital federal. “O grande desafio de 2018 será escapar das armadilhas do populismo de direita e esquerda”, disse Marconi.
Ao lado de Fábio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio; de José Carlos Martins, da Confederação Brasileira da Indústria da Construção; de Roberto Lúcio Rocha Brant, da Confederação Nacional da Agricultura e de Flávio Castelo Branco da Confederação Nacional da Indústria, o governador participou do painel “A Base para a Retomada do Crescimento”. O Seminário contou ainda com as participações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles e do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg.
Ao declara-se convicto de que a prioridade dos partidos democráticos deve ser evitar que um candidato do extremismo vença as eleições, Marconi citou a Venezuela como experiência de populismo desastroso na América Latina. “O populismo de esquerda arrasou a Venezuela e estava levando a Argentina para o abismo. Em todos os países onde a democracia prevaleceu ante o populismo muitos avanços foram conseguidos”, comentou.
Na defesa das reformas, o governador disse que os estados vão quebrar “se nós não aprovarmos reformas como a da previdência”. Declarou que em Goiás “as nossas contas estão em dia. Nos meus quatro mandatos nunca atrasei salário. Mas este ano o déficit será de R$ 1,96 bilhão”.
Marconi alertou que “não adianta fazer uma reforma da previdência meia sola”. Ele entende que o presidente Temer está fazendo o possível e não o necessário. “Talvez ele tenha que fazer uma nova reforma pra quem vai entrar no serviço público. Quem vai entrar não pode alegar direito adquirido”.
Explicando melhor sua tese, o governador disse que a reforma em discussão é boa para os funcionários que já estão trabalhando. Mas não pode servir de parâmetro para aqueles que vão entrar no serviço público, “sob pena de, daqui a dez anos, o problema voltar ainda pior. Eu defendo que após essa reforma, outra seja feita urgentemente”.
O outro desafio defendido pelo governador, é diminuir o tamanho do Estado, “transformá-lo em mais eficiente, privatizar, terceirar, concessionar o que tiver que ser concessionado”. Marconi entende que o Estado tem que cuidar apenas daquilo que é essencial e da sua competência exclusiva.
Como bom exemplo de administração direta do poder público, destacou a saúde pública oferecida pelo Estado de Goiás. “Eu chamei OS’s para administrar os hospitais do estado, com critérios, com fiscalização. Hoje pagamos melhor os enfermeiros e médicos do que os hospitais particulares. O índice de resulitividade, humanização e também de satisfação são elevadíssimos. Isso foi possível porque tivemos a coragem de enfrentar corporações e quebrar paradigmas”.
Informou, por fim, que tem tentado levar o mesmo modelo para a educação há três anos. “Está tudo judicializado porque não é fácil fazer esse tipo de mudança. As corporações sabem que quando elas são feitas, não tem volta. Muitos vão perder privilégios”.