O senador e governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) enfastiou a plateia da solenidade de diplomação dos eleitos em 2018 com um discurso longo demais, improvisado, arrogante e vazio. Para quem conseguiu prestar atenção, a fala do demista, no entanto, foi classificada como assustadora quanto ao que vem pela frente em 2019.
Após uma certa correção de rumo no tom de seus pronunciamentos após as eleições, Caiado voltou hoje a subir com tudo no palanque eleitoral. Fez um discurso recheado de ódio, mais uma vez carregado por sua pretensa e cansativa superioridade política, no qual basicamente prometeu arrochar as contas públicas e já avisou que vai atribuir aos antecessores o eventual insucesso de sua gestão.
Caiado citou a primeira-ministra Margaret Thatcher, que comandou o Reino Unido da Grã-Bretanha nos anos 1970-1980, para em seguida afirmar que sua gestão será pautada pela austeridade, marca da inglesa e que rende a ela o apelido de Dama de Ferro. Na abordagem, o governador deixou nítido que o arrocho recairá sobre o servidor público, que terá de pagar a conta do que definiu como “grave situação fiscal”.
O governador preferiu falar da família, numa clara sinalização de que ela terá muito poder em seu governo. Apesar da ideologia de extrema-direita, Caiado fez um discurso ao estilo Fidel Castro: longo demais, penoso para o horário, o dia e o calor e, ao final, se viu obrigado a pedir desculpas pela demora.
A tônica do discurso de Caiado foi, sem dúvida alguma, o terrorismo: total ausência de propostas, nenhuma sinalização para o futuro. Enfim, nenhuma pista sobre o que pretende fazer de construtivo quando, enfim, em 1.º de janeiro de janeiro de 2019, Caiado puser as mãos na faixa de governador para realizar o seu obsessivo sonho de ser governador de Goiás.