O editoral da edição desta semana do Jornal Opção faz uma análise ponderada e detalhada sobre os primeiros 13 dias do mandato do governo Ronaldo Caiado (DEM) resumida em uma pergunta extremamente pertinente, que intitula o texto: “A espera de 24 anos de Caiado se tornará um pesadelo?”
Os 24 anos apresentados na questão são o tempo que separa a derrota de Caiado no primeiro turno das eleições estaduais de 1994 de sua vitória consagradora em 2018, com invejáveis quase 60% dos votos válidos. O resultado eleitoral é de fato uma proeza restrita até agora somente a Caiado, efeito do desejo de mudança que provocou as alternâncias de poder que levaram ao Palácio das Esmeraldas Iris Rezende, em 1982, e Marconi Perillo, em 1998.
Goiás mudou completamente entre Iris e Marconi e, mais ainda, entre Marconi e Caiado. A percepção dos cidadãos sobre os governos passou por sucessivas e profundas mudanças entre 1982 e 2018. Quando Iris, e depois Marconi, se elegeram, a urgência dos eleitores era outra. Isso deu a eles imunidade maior para fazer as transformações a que se propuseram. A realidade que Caiado tem diante de si, em 2019, é completamente outra.
Assim voltamos à análise do Opção, que afirma que os quase 60% dos votos válidos obtidos por Caiado não dão necessariamente ao governador o direito de fazer o que bem entender. Os exemplos citados pelo jornal são o calote nos salários, a proposta esdrúxula do caderninho de fiado, a proposta populista de venda de veículos da governadoria para “ajudar a pagar as contas” do Hospital Materno-Infantil, a trapalhada de mundança na nomeclatura da Agetop e a tal parceria com os prefeitos para transferir para elas a recuperação de estradas vicinais.
Tudo isso em apenas 13 dias de mandato. “Caiado se elegeu sem qualquer dificuldade no primeiro turno em 7 de outubro de 2018 com 1.773.185 votos, o que deu ao novo governador eleito 59,73% da votação válida em Goiás. Só que a eleição passou há 98 dias. E há 12 Caiado foi empossado governador”, diz o Opção, com o alerta: “O discurso de terra arrasada é prática comum quando há ruptura. O cuidado é não deixar as ações se tornarem munição para críticas que derrubem a confiança na administração)”.
O Opção, então, conclui: “Caiado precisou aguardar 24 anos para chegar ao tão esperado cargo de governador do Estado. É hora de deixar o que sobrou do palanque eleitoral de lado te gerir Goiás para os goianos, como prometeu na campanha”.
Fica a dica para sair do caminho do pesadelo de até agora.