Em mensagem postada na sua conta no Twitter, a editora-chefe de O Popular, Cileide Alves, mostra desorientação e não cede na direção de uma autocrítica – o jornal vem ignorando completamente que as manifestações, não só em Goiás, como em todo o Brasil, também tem como alvo a grande imprensa.
Ela diz que os ataques que a imprensa vem sofrendo na rua são “pesadelo”.
Não são. Na verdade, são sintomas de que há algo de muito errado na cobertura da imprensa, que não pode se distanciar da sociedade e se isolar numa torre de vidro para “comentar” o mundo.
A tuitada de Cileide mostra que permanece, nos jornalistas do POP, o sentimento de que constituem uma equipe pairando sobre a realidade, escolhendo o que informar à população e como informar, respaldada por uma indiscutível credibilidade moral.
Os protestos de rua estão mostrando que não é bem assim.
O Popular é o primeiro jornal impresso do país a ser alvo concreto dos manifestantes, que depredaram na noite desta segunda-feira um veículo com a logo do Grupo Jaime Câmara e do jornal.
Dá o braço a torcer, Cileide.
Veja a tuitada dela:
Cileide Alves @Cileidealves 2 min
Imagino essas pessoas que atacam a imprensa fazendo jornalismo. Já vimos esse filme antes, ou melhor esse pesadelo
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