O pedido de investigação foi feito pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em 3 de dezembro de 2021. Mas apenas no dia 23 de fevereiro a Polícia Federal iniciou as apurações.
A Polícia Federal pretende promover uma cooperação internacional com órgãos dos Estados Unidos e do Reino Unido no inquérito que apura uma fala do presidente Jair Bolsonaro em que ele relaciona a vacinação contra a covid-19 ao risco de se contrair Aids.
A informação é falsa. Não há nenhum estudo científico que mostre qualquer tipo de relação entre os imunizantes e a doença.
A declaração de Bolsonaro se deu em uma live, no dia 22 de outubro. Segundo o presidente, relatórios oficiais do Reino Unido indicariam que pessoas com vacinação completa contra a covid-19 estariam desenvolvendo Aids “muito mais rápido que o previsto”.
Devido à desinformação espalhada pelo presidente, a transmissão foi retirada do ar pelo Facebook, YouTube e Instagram.
No inquérito, Bolsonaro é suspeito de ter cometido três delitos: epidemia, infração de medida sanitária preventiva e incitação ao crime.
Responsável pelo caso, a delegada Lorena Nascimento pediu que a Coordenação Internacional responda se há, em relatórios do Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido, algo que confirme a fala de Bolsonaro.
Já ao Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, a PF questiona se há alguma publicação apontando uma relação entre as mortes por gripe espanhola e a proliferação da doença associada ao uso de máscaras.
A Polícia Federal também vai analisar se os sites utilizados por Bolsonaro para fazer a declaração são confiáveis e se existem relatos sobre eles transmitirem informações verdadeiras ou falsas.