Caiu do cavalo quem imaginou que a renovação de 43,7% no quadro de deputados federais fosse alterar de forma substancial o jeito como se trabalha no Congresso Nacional.
O primeiro semestre foi pródigo em projetos inúteis e que não vão alterar o nosso dia-a-dia, como revela levantamento feito pelo portal G1.
Veja alguns deles:
Fim da circulação e produção do dinheiro em papel moeda
O gênio que propôs a extinção do dinheiro em espécie foi o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG). Ele sugere que as transações sejam feitas apenas pela internet ou por meio de cartão de crédito. Lopes afirma que pagamentos realizados unicamente de forma digital fariam com que terroristas, sonegadores e lavadores de dinheiro se tornassem “mira fácil” de autoridades fiscais.
Não parar em semáforos no período de 23h às 5h
Não há apenas uma, mas duas propostas idênticas nesse sentido, apresentadas por Augusto Carvalho (SD-DF) e Carlos Manato (SD-ES). A ideia deles é evitar que motoristas sejam assaltados em semáforos de madrugada.
Pontos de wi-fi grátis em todos orelhões públicos
O deputado Rogério Mendonça (PMDB-SC) afirma que a ideia é usar a capilaridade da telefonia fixa no território nacional para facilitar o acesso à internet para população. Projeto aguarda análise na Comissão de Ciência e Tecnologia. Depois vai à CCJ e, em seguida, para o plenário do Senado.
Fim do horário de verão
Deputado Luiz Nishimori (PR-PR), autor do projeto, afirma que a economia de energia que se alcança com a medida não justifica os eventuais transtornos causados com a mudança no relógio.
Cobrança individual de consumo de água em prédios e condomínios
O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) argumenta que a coletivização da cobrança de água “estimula o desperdício”, porque não importa o quanto uma família gasta, ela terá de pagar o mesmo valor que o vizinho negligente. Ele sugere um ano para que as concessionárias se adaptem à nova regra.
Bebedouro em casas noturnas e bares com pistas de dança
A estrela deste projeto é, outra vez, o deputado capixaba Carlos Manato (SD). A justificativa dele para proposta é pobre. Diz apenas: “Nada mais apropriado do que prover os frequentadores de danceterias e casas noturnas do mínimo possível, ou seja, fornecimento de água potável”.
Proibição de venda de alimentos preparados com gordura trans
Há dois projetos com este mesmo teor em tramitação na Câmara, de autoria dos deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP). Partem do exemplo dos Estados Unidos, que determinou a retirada de produtos com gordura trans das prateleiras dos supermercados em até três anos.
Obrigatoriedade de implantação de terraços verdes nos prédios
Deputado Davi Alcolumbre (DEM-AP) defende que todos os prédios com mais de três andares, em cidades com mais de 500 mil habitantes, seja usado como área verde. O texto dele ainda dispõe sobre o tipo de planta a ser cultivada: “vegetação nativa que exija pouca manutenção e dispense irrigação intensiva”.
Proibição do uso de celulares em salas de aula da educação básica
É claro que não poderia faltar um deputado goiano nessa lista de besteirol no Congresso. A proposta de proibir celulares nas salas de aula do ensino básico é de Heuler Cruvinel (PSD-GO), que afirma que aparelhos comprometem o desenvolvimento e a concentração dos alunos.