Na página 11 do Diário da Manhã, nesta terça-feira, o jornalista Helvécio Cardoso prevê que, caso venha mesmo a ser candidato a presidente, o senador Ronaldo Caiado terá “chances mínimas“ de se eleger.
“Caiado não pontua bem nas pesquisas de opinião. Está marcado como político de direita com inflexão para o campo do reacionarismo. O eleitor brasileiro, em geral, foge dos extremos ideológicos. Pode às vezes inclinar-se para a esquerda, mas nunca deixando o centro. Pode inclinar-se mais à direita, todavia permanecendo perto do centro. O centro e sua periferia imediata estão congestionados de candidatos, todos com forte apelo popular, como Geraldo Alckmin. E ali Caiado não está”, argumenta o jornalista.
Helvécio Cardoso lembra a primeira aventura presidencial de Caiado, que resultou em um fiasco eleitoral, com 0,5% dos votos, em 1989: “Da primeira vez que se candidatou à Presidência, ele tentou vender a imagem de líder valentão das classes produtoras, o homem da fala grossa que mostrou à Constituinte quem manda no Brasil quando se trata de agronegócio. A aventura de Caiado, naquela ocasião, serviu apenas para lançá-lo no mercado eleitoral goiano. Como político conservador, não agradou às assim chamadas elites. A burguesia e o latifúndio gostaram muito mais de Fernando Collor de Mello, mais sofisticado, mas antenado com as tendências da economia global”.
No final das contas, diz o jornalista, “com reduzidíssimo tempo de TV, carimbado como candidato das forças reacionárias, Caiado teria ainda que disputar a preferência dos reaças com o capitão Bolsonaro. O capitão leva sobre Caiado a vantagem de ser bem humorado, carismático, vivaz”.