O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e cardeais do DEM ameaçam tomar, nos próximos dias, uma decisão que pode causar um terremoto no meio político do Estado: intervir no diretório do partido em Goiás e entregá-lo ao deputado federal Alexandre Baldy, que acaba de se desfiliar do Podemos e é um dos parlamentares mais influentes do Congresso.
E comentário corrente que, na ânsia de se mostrar posicionado, Caiado joga apenas para si e sacrifica o partido. Por isso, sobretudo para o presidente Temer, o DEM joga num campo e o senador noutro campo. A impressão que se tem, na opinião de um líder nacional do partido, é a de que existem dois DEMs: o de Caiado, só dele, e o de todos os outros deputados e senadores.
Dois episódios merecem consideração neste cenário: o primeiro foi a descompostura pública que Caiado passou em Rodrigo Maia quando, irritado, soube que o presidente da Câmara não aceitaria emendas à então recém-aprovada reforma Trabalhista. Outro episódio – na verdade, uma sequência de declarações que tiveram o mesmo fim – foi a saraivada de ataques verbais a Temer, cuja destituição Caiado insiste em defender (a despeito do posicionamento contrário do seu partido).
Baldy é irmão de Joel Sant’Anna Braga Filho, que por sua vez é genro do ex-senador e ex-vice-presidente Marco Maciel, uma das figuras mais eminentes do DEM (apesar a idade avançada e da saúde fragilizada). Ao jornal Opção, que o questionou sobre a possibilidade de assumir o DEM em Goiás, Baldy disse: “tudo é possível”.