A candidatura do senador Ronaldo Caiado (DEM) a governador entrou em uma nova fase. Se nas últimas semanas a decisão era de não responder críticas e provocações de adversários do governo ou de políticos ligados ao deputado federal Daniel Vilela (PMDB) e ao ex-governador Maguito Vilela (PMDB), a ordem agora é radicalizar o discurso.
O cálculo anterior do senador era o de que ele estava em posição muito favorável na disputa, uma vez que pensava que o apoio do PMDB já estava praticamente garantido e a aprovação errática do governo impediria a postulação do vice-governador José Eliton (PSDB) de deslanchar. E, pensava ele, se estava tão à frente dos adversários, não valia a pena romper o silêncio.
Mas mudanças importantes no cenário fizeram o senador mudar de ideia. Primeiro, a sua equipe detectou o crescimento da aprovação do governo, puxada principalmente pela alucinante agenda de inaugurações e assinatura de convênios do programa Goiás na Frente. De imediato, Caiado subiu à tribuna do Senado para atacar o governo. Criticou as políticas do Estado para segurança e o reajuste no valor das diárias para servidores que viajam pelo interior do Estado a trabalho.
Outro episódio que tirou Caiado da zona de conforto foi o encontro da Frente de Oposição Unida que, apesar do nome, não contou com uma alma viva do PMDB. Faltaram até prefeitos simpáticos a ele, como Adib Elias (Catalão), Paulo do Vale (Rio Verde) e Ernesto Roller (Formosa), num claro sinal de que o deputado Daniel está conseguindo enquadrar os dissidentes. A reação veio no mesmo evento. O senador chamou Daniel de “filhinho de papai” e avisou que “projetos pessoais” de outras pessoas não o impedirão de ser candidato a governador.
Durou muito pouco a fase “paz e amor” de Caiado. O meio político, por onde o senador transita há mais de 40 anos, imaginava que cedo ou tarde ele estouraria diante das provocações. Durou menos do que esperávamos. O velho Caiado, que mete a espora, está de volta, mais radical do que nunca.