O real objetivo da CPI da JBS, recentemente aberta no Congresso Nacional, é servir de palco para vingança do vice-presidente da Comissão, Ronaldo Caiado (DEM), contra o governador Marconi Perillo (PSDB); e do relator, Carlos Marun (PMDB-MS) contra o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot. É o que diz reportagem do site GBrasil (clique aqui para acessar).
Confira abaixo:
Criada para investigar contratos dos irmãos Wesley e Joesley Batista com o BNDES, a CPI da JBS está nas mãos de dois políticos que não escondem o interesse em distorcer as investigações e transformá-la em palco para vingança contra desafetos: o senador Ronaldo Caiado (DEM), vice-presidente, e o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), relator.
Caiado, que é pré-candidato a governador, pretende usar a CPI para atacar o governador Marconi Perillo (PSDB). A proposta dele é ressuscitar a acusação de que o programa de renegociação de dívidas do governo de Goiás, que vigorou em 2014, serviu apenas para beneficiar a JBS.
Em que pese o esforço para colocar o governo sob suspeição, fato é que o programa Regulariza contemplou não só a JBS, mas outros 16.600 contribuintes que possuíam dívidas antigas com o Estado, relacionadas a pagamento de ICMS, IPVA e ITCD relativas ao período entre 2011 e 2014. Durante a vigência do Regulariza, o Governo recuperou aproximadamente R$ 1 bilhão em créditos tributários.
MARUN
A pauta de vingança do relator tem um misto de interesse pessoal e de recomendações que teriam sido feitas a ele pelo presidente Michel Temer, de quem é aliado. No que tange a questões políticas pessoais, Marun quer usar a CPI para constranger a JBS a “devolver” R$ 500 milhões para os cofres do governo do Mato Grosso do Sul, onde foi eleito. Esta quantia, de acordo com o deputado, diz respeito ao valor que cabe ao estado no acordo de leniência firmado pelo grupo com a Justiça. Originalmente, não há previsão de repasse de qualquer quantia dos R$ 10,3 bilhões aos estados.
Já o interesse de Temer é usar a CPI para se vingar do ex-procurador Rodrigo Janot, que assinou os acordos de delação premiada com Wesley, Joesley, Ricardo Saud e outros quatro executivos da JBS. Estes acordos foram criticados por serem “generosos” demais com os delatores, mas esta não é a questão principal. O Planalto quer se vingar de Janot porque ele apresentou duas denúncias contra Temer, acusando-o de corrupção. Também apresentou indícios de corrupção contra vários políticos poderosos como Dilma, Lula, Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves, Eliseu Padilha, Moreira Franco, Aécio Neves e Sandro Mabel.