Aconteceu do jeito que o PT queria: a Justiça bateu cabeça no episódio da soltura do ex-presidente Lula e deu argumentos para que petistas abrissem a semana com tentativas flagrantes de desqualificar o Judiciário.
“Este episódio mostrou o momento de exceção que vivemos no País”, afirmou o deputado federal Rubens Otoni (PT). “Setores do Judiciário entraram na luta política. Deveriam representar um ponto de equilíbrio e viraram ponto de acirramento das disputas. Mas acho que isso ajuda a população a tomar consciência sobre a forma tendenciosa e seletiva com que agem alguns setores do Judiciário”.
O responsável pela quizumba foi Rogério Favreto, desembargador plantonista do Tribunal Regional Federal da 4a. Região, que na manhã de domingo assombrou o País com a ordem de soltar Lula sob argumento de que ele tem direito a concorrer à Presidência em igualdade de condições com seus adversários.
A sentença contrariou outra tomada pelo colegiado da mesma corte em abril deste ano, que imputou pena de 12 anos e 1 mês de cadeia ao ex-presidente. O juiz Sérgio Moro recusou-se a obedecer a ordem de soltura, o que rendeu-lhe críticas de petistas e elogios de quem não gosta de Lula. No começo da noite, o desembargador titular João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF-4, suspendeu a decisão do colega Favreto.