O Rio Grande do Sul esteve diariamente no noticiário econômico dos últimos quatro anos como um dos Estados com a pior situação fiscal do País. A crise nas contas gaúchas, cuja gravidade está no mesmo patamar de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, levou ao comando do Palácio Piratini o jovem líder Eduardo Leite, do PSDB, que tem na bagagem política um mandato de vereador e outro de prefeito.
Apesar de considerada delicada, a situação fiscal de Goiás é vista como um mar de rosas quando comparada à do Rio Grande do Sul. Por isso mesmo é curiosa a forma diversa como o governador eleito Eduardo Leite e o governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) vêm tratando a questão da convalidação dos incentivos fiscais. Mesmo diante de uma situação fiscal dramática, Leite disse durante a campanha e reafirmou nesta quinta-feira que vai enviar à Assembleia Legislativa projeto de lei para convalidar os benefícios por mais dois anos e só a partir daí “começar a discussão sobre uma redução gradual”.
Em Goiás, cuja situação fiscal é bem mais confortável que a gaúcha, Caiado quer mexer já nos incentivos e começar seu mandato em 1.º de janeiro com pelo menos R$ 1 bilhão extra no Tesouro em 2019. A conta feita pelo governador eleito do Rio Grande do Sul é simples: manter os incentivos significa preservar empregos e renda, segurar indústrias e empresas em solo gaúcho e, como consequência, movimentar a economia com reflexos positivos no caixa do Estado. Justamente o que os empresários da Adial Goiás têm dito, sem sucesso, para Caiado.