A articulação política do senador e governador Ronaldo Caiado (DEM) vai vencendo, dia após dia, o debate sobre a revisão da legislação dos incentivos fiscais do Produzir e vai impondo sua falsa narrativa de que eles se resumem a uma renúncia fiscal bilionária restrita uma casta de empresários que se enriqueceram com ela. A provável vitória de Caiado e do eterno suplente de deputado estadual Lívio Luciano (MDB) nada mais é do resultado da tibieza da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial-Goiás).
Nos bastidores das articulações está a ex-secretária da Fazenda Ana Carla Abrão, que, apesar de goiana, muito jovem se instalou em São Paulo e retornou a Goiás em 2011 para propagar uma visão estritamente paulista dos incentivos. À poderosa economia paulista, que detém quase 40% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, não interessa nem um pouco os incentivos. O termo guerra fiscal foi cunhado pelos empresários paulistas, que, desde sempre, usam sua superioridade econômica para concentrar em São Paulo os investimentos públicos e privados.
Falta à Adial enfrentar o debate, publicamente, demonstrando à sociedade goiana o prejuízo bilionário do corte de incentivos: de imediato para as empresas, que procurarão o Estado que estiver disposto a concedê-los, mas em especial para os milhares de empregos que estão em jogo – ao menos 400 mil, segundo a própria associação calcula. E, logo em seguida, para o próprio governo Caiado, que verá a arrecadação despencar como resultado da quebradeira econômica. É brincar para ver.