Em sua edição deste sábado, o jornal O Estado de S.Paulo faz uma revelação bombástica: o novo aeroporto de Goiânia custou a fábula de R$ 564 milhões, muito mais do que vale, e portanto foi superfaturado para incluir propinas de R$ 211 milhões.
Os números – e os prejuízos – foram apurados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e é considerado por auditores da corte um emblema da sangria causada pelo esquema de corrupção do qual a empreiteira Odebrecht se beneficiou, na monumental estrutura de corrupção montada pelos governos do PT.
As obras do aeroporto de Goiânia foram tocadas pela Odebrecht em consórcio com a Via Engenharia. Planilha do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, o “setor de propinas” da empreiteira, indicou o pagamento de suborno a dois agentes públicos da Infraero, identificados pelos codinomes “Americano” e “Americano Velho”. O documento, apreendido na Lava Jato, atribui os valores ao contrato do aeroporto.
Em 2006, ano seguinte ao início do empreendimento, o TCU já havia apontado superfaturamento de R$ 47 milhões nos contratos. O valor era 80% superior ao que os serviços realmente custavam. Tanto os preços quanto os quantitativos do contrato estavam superdimensionados. Atualizada a 2013, época dos aditivos assinados para complementar a construção do terminal, a quantia chega a R$ 104 milhões.
O TCU apontou ainda prejuízos de R$ 107,6 milhões em três aditivos, que estavam inflados em até 38%, totalizando os R$ 211,6 milhões de superfaturamento. Em decisão tomada em outubro, a corte abriu uma tomada de contas especial para identificar os responsáveis pelos prejuízos e cobrar o ressarcimento